21.3.11

Religião: Você tem fé ou pensa que é Malandro?

Para começar este post eu cito um pensamento, que presumo que todos ou quase todos conheçam: "A religião é o ópio do povo" de Karl Marx, apesar da comparação entre ópio e religião não serem uma comparação original de Marx (segundo a wikipédia).

Enfim, eu não sei se no início dos tempos era diferente, não sei até que ponto existia a pureza na alma do ser humano, o que eu sei é que hoje em dia a grande maioria (maioria e não todos) querem obter alguma vantagem em cima de Deus ou mesmo da tal religião.

Geralmente as pessoas procuram  uma religião para encontrar um conforto espiritual (ou pelo menos este seria o certo), mas muitos procuram porque
sentem dor, e uma das causas dessa dor se chama dinheiro.

Sim, eu sei, vivemos em uma sociedade capitalista onde o dinheiro é a base do sistema. Mas porque as pessoas esperam que Deus as ajude financeiramente?

O que eu entendo por Deus (para aqueles que acreditam) seria um ser iluminado, totalmente evoluído, que quer o bem para os seus filhos e não importa o erro que seu filho cometa ele sempre o amará. Alguns encontram o paraíso mais rápido que outros, dependendo das boas ações que essa pessoa exerça ao longo de sua vida ou encarnações (para os que acreditam nesta).

Mas a realidade é que o conceito de Deus não existe mais. A tirar por algumas igrejas que colocam na cabeça de seus fiéis, que eles precisam doar dinheiro. A desculpa é sempre a mesma: Vamos ajudar a manter a igreja funcionando, vamos fazer melhorias, vamos construir mais templos, vamos manter o programa exibido na televisão no ar. Sinceridade não vejo as igrejas pedindo doação em forma de materiais para reforma ou até mesmo par ajudar aqueles que precisam, alimentar os que tem fome... Apenas eles tem fome. Fome de poder, fome de riqueza.

Até aí muitos podem pensar: Que Filhos da P... Mas porque eles alcançam seus objetivos? Alguns que já vi pedir aos seus fiéis, usam como principal argumento: "Doe para Deus que ele te dará em Dobro!" Será que a "porra" do fiel não está querendo dar uma de "malandro"? Ele quer doar R$ 200,00 reais na igreja mensalmente e ficar rico. Não venham me dizer que não. Eles querem sim lucrar com a doação, achando que Deus vai facilitar a vida dele.

Uma pessoa que dá o dinheiro na mão daquele que prega e é incapaz de ajudar um ente da sua própria família, merece algum tipo de recompensa? Estes merecem apenas um abraço e uma cafungada do capeta e nada mais.

Sejamos humanos pelo amor de nós mesmos. Será que o sujeito é burro suficiente para achar que Deus vai enviar um malote de dinheiro ou vai assegurar o lugar dele no céu? Sim, o sujeito é burro suficiente. Prefere se enganar e dizer a si mesmo, doei meu dinheiro para a minha religião, fiz minha parte.

A sua religião, santo fiel, tá cheio de calhordas, de pessoas que estão se portando muitas vezes piores do que aqueles políticos que você tanto critica. Aliás, muitos deles até políticos são, assim eles roubam dos fiéis e não fiéis.

Eu sei que um argumento que até é válido é que esta gana por dinheiro é culpa do sistema, mas convenhamos, que existe também malandragem nisso tudo. Existe má fé. Agora imaginem se todas as religiões não pregassem mais a ideia de que quanto mais vc doa mais Deus te dá em troca? Quantos fiéis abandonariam sua fé? Inúmeros, porque ele não veria sentido depois de um dia inteiro de trabalho ir a igreja pedir qualquer outra coisa que não seja o dinheiro pra melhorar sua vida e diminuir seu periodo de trabalho.

Sim, acabei de humanizar o fiel burro, mas uma coisa não justifica a outra. Na realidade este ópio não é Deus ou religião, o ópio é o dinheiro. As pessoas não ligam mais para Deus. Porque se ligassem, não tinha tanta gente passando fome, se ligassem elas não iriam a igreja, elas praticariam a boa fé, mas isso dá muito trabalho. E trabalho ninguém quer, por isso descontam a falta de dinheiro e cansaço nos que mais precisam dela. Para ajudar engravatados que pregam um Deus ganancioso, um Deus que vai derrubar os filhos que amam, para lhe ajudar. As pessoas não estão preocupadas se para ganharem dinheiro, outras pessoas terão que passar por mais dificuldades, as vezes piores do que ela mesma passa.

"Tudo virou cada um por si e Deus por mim". Não é mais Deus por todos.

O pensamento dessas pessoas se refletem em coisas bobas, tipo: Meu filho é doente o da vizinha é viciado. O meu filho é cleptomaníaco, do vizinho é ladrão. As pessoas não perdoam umas as outras, todos querem uma segunda chance pra si, mas o outro que se F... Se o seu filho roubar, você quer uma segunda chance para ele, mas se você for roubado, morte e cadeia ao ladrão. São pensamentos egoístas, que nada tem a ver com dinheiro, mas sim com egoísmo, com falta de solidariedade. Perdoar ninguém quer, que dirá amar o próximo. Aliás muitos devem achar que amar o próximo é transar com o primeiro rabo de saia que cruzar sua frente. Não , isso não é amor, é mais uma vez o egoismo se manifestando a fim de saciar seu desejo sexual.

Portanto amigos, quando pensarem em Deus, sejam solidários, não façam parte deste grupo de fiéis, que esperam até hoje que Deus seja Sílvio Santos e jogue aviõezinhos de dinheiro.

Abraço a todos!


Ps: não quero ofender ninguém, não levem par ao lado pessoal.

7 comentários:

  1. Thiago,

    Muito bem colocada sua posição sobre Deus, Religião e tudo ligado a isso, hoje infelizmente o conceito "Deus" está sendo usado para esses fins mesmo, acho que a falta de conhecimento e estudo da Biblia está levando as pessoas a esse ponto. A Biblia diz que temos que doar 10 por cento do que ganhamos, é o dizimo e isso é biblico, mas temos que dar com fé e não pensar que Deus nos dará em dobro isso é insano....

    Enfim, hoje tenho a teoria que você não precisa estar enfurado na igreja, mas se você tiver fé e ter Deus no coração, acho que será válido.

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  2. O dízimo é bíblico porque já naquele tempo os judeus queriam "poder"... Mas não quero entrar nessa polêmica, até porque gosto muito do Novo Testamento, que a meu ver poderia ser separado do restante da Bíblia... Enfim, cada um com seu ponto de vista acerca da Bíblia.

    Com relação ao texto do Thiago, resumo numa frase a sua excelente explanação: "escambo espiritual". Os "fiéis" não querem evoluir, se iluminar como um bunda, eles simplesmente querem ser recompensados pela sua fé e pelo seu dízimo (recompensados em vida: dinheiro, casa, etc).

    Belo texto! Abraços!

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  3. Só uma ressalva: quem quer pagar o dízimo, que pague. Acho que cada um tem o direito de fazer o que quiser com o seu dinheiro, até mesmo doar para mim a fim de publicar o meu livro... rsrsrs

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  4. valeu pelos comentários pessoal! Achei que ia ser mais polêmico este texto rsss, mas até que não! Abraços!

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  5. Thiago, engraçado vc ter escrito sobre isso, pq eu estava pensando neste assunto essa semana. Vou propor uma nova discussão sobre o tema a partir de outro ângulo. Vamos considerar que atualmente as igrejas são empresas. Toda empresa vende um produto para quem quiser pagar o seu preço. Se a pessoa ficar satisfeita, compra de novo. Sabendo disso, vamos considerar um paralelo: um sujeito ganha R$2.000 por mês e resolve se divertir. Vai a uma boate e paga R$60 de entrada. Lá dentro, consome 10 Ices, o que dá R$120. Com os 10%, a conta chega em R$200,00. Ele sai feliz da vida e repete o programa no mês seguinte. Qual foi o produto oferecido pela empresa "boate"? Diversão, fuga da realidade, aumento do círculo social, etc. Qual a crítica a ser feita a essa pessoa? Agora voltando para a igreja, qual é o produto oferecido por ela? Tranquilidade de consciência por acreditar no Paraíso, fuga da realidade, aumento do círculo social, etc. Você pode dizer: a igreja engana as pessoas e o dono da boate não! Só é assim se vc considerar que a mercadoria vendida pela igreja não se realiza. Mas ela se realiza sim! Assim como a pessoa não leva nada de material quando sai da boate (somente os sentimentos dali advindos) o mesmo ocorre com o crente. O produto não é o Paraíso, mas a tranquilidade em se crer nele, e isso existe. Em suma, a igreja vende uma mercadoria e cobra o seu preço. Paga quem quer. Posso querer comprar um computador só para jogar e gastar mais do que 10% do meu salário e não ser criticado por isso. Quanto à questão ideológica, qual a diferença entre o alienado pela igreja e o alienado pela Rede Globo, Revista Veja, etc? Não defendo as igrejas, assim como não defendo as boates. Mas não critico as igrejas mais do que critico as boates, também. Aliás, critico mais as boates. Uma pesquisa da FGV confirmou que a religião (principalmente a evangélica) reduz a criminalidade violenta e é um grande suporte psicológico nos presídios, sendo responsável pela mudança de comportamento de muitas pessoas. Já as boates são antros de criminalidade da classe média alta, com agressões físicas, tráfico de entorpecentes, prostituição de menores, etc. Portanto, do ponto de vista da mercadoria, a igreja é tão justa quanto qualquer empresa, pq (repito) o produto vendido por ela é real e eficaz para quem compra e se satisfaz com ele, como o cigarro e o álcool, por exemplo. Eu não fumo e bebo muito pouco hoje. Mas há quem fume e beba, gastando mais de 10% do seu salário com essas coisas, minando a própria saúde. A igreja pode enganar quanto ao paraíso. Mas as empresas de cigarro e bebida não fazem a mesma coisa, relacionando estes produtos com o esporte? O que quero dizer é que a igreja vende um bem imaterial que se realiza e que custa algo. Quem paga, costuma gostar e sempre volta. Respeito, assim, o direito de alienação dos crentes, assim como o direito de quem fuma e bebe dentro da lei. Só não me chame pra fumar e pra rezar.
    Aquele abraço!

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  6. Serão dois comentários, pois não cabia tudo em um só.
    Márcio, primeiramente obrigado pelo comentário e por levantar uma idéia diferente. Quase me deixei levar por seus argumentos, mas notei que algumas coisas eu não concordo. Que fique claro que não quero dizer que estou certo e você errado, mas vou defender meu ponto de vista.
    Eu entendi a comparação que você quis fazer de uma igreja com uma empresa. Porém vamos imaginar que se uma empresa vender um produto desta forma, que não é eficaz, já teria falido.
    Quando imaginamos que o produto a ser vendido pela igreja é o conforto, estamos pensando no que deveria ser e não no que realmente é. A igreja deveria sim dar o conforto e não vender, mas vamos imaginar que hoje nada se faça sem dinheiro, e a igreja tenha custos para confortar seus fiéis, ainda sim não é isso que ela esta vendendo.
    A igreja vende TV por assinatura (R.R. Soares é dono da Nossa Tv), a igreja vende sabonete contra inveja (aí já entramos na universal), a igreja vende terra de Jerusalém, a igreja vende azeite ungido contra encosto, a igreja vende a coisa mais absurda que é um lugar no céu.
    Claro, compra quem quer, e assim será. Vai a boate quem quer, ingere álcool quem quer, fuma cigarro quem quer. A diferença é que a religião é uma ideologia, é uma crença, acreditar em Deus é questão de fé, uma vez que Deus não está nas televisões vendendo nada.
    Agora se compararmos a igreja a álcool, e qualquer outra droga, vamos chegar em um ponto simples de qualquer droga: causa dependência e afeta a capacidade de tomar decisões. Sendo a igreja uma “droga” temos fiéis dependentes, verdadeiros viciados, que não são capazes de livra-se de tal vício. Mas porque estou dizendo isso? Bom, se beber não dirija, então se freqüentar a igreja, não leve dinheiro. Aí você vai me dizer, que comparação esdrúxula, mas vou lhe mostrar que nem é tanto assim.
    São vários e vários casos de pessoas que pouco tinham e doaram casa, e todo seu dinheiro, na esperança de que deus lhe daria em dobro ou até mesmo da tão sonhada vaga no paraíso. São muitos os casos em que essas pessoas, tornaram-se tão dependentes desta droga chamada igreja, que deram o que tinham em busca de alcançar mais. Isso não é comparado a uma pessoa que se droga e vende o que tem para sustentar o vício? Não podemos comparar então que uma pessoa mesmo que com pouco dinheiro, pode levar uma família inteira para o buraco, sendo comparada ao um acidente fatal de transito, causada pela ingestão de álcool? Quantos doam seus bens para igreja ao invés de deixar para o seu próprio filho? Não podemos dizer então que esta pessoa está em seu estado normal. Uma vez que a igreja prega: Ajude o próximo, e ela não ajuda a própria família, para doar a igreja?
    É uma questão complicada, onde muitos vão dizer que é fé. Mas eu digo que é vicio. Lavagem cerebral talvez.
    Agora no caso da boate, ela não se aproveita da boa fé ou ingenuidade, nem por isso é o melhor lugar para se gastar seu dinheiro. A boate oferece ao ser humano a chance de comunicar com seus instintos primitivos. Estar em meio a uma aglomeração de pessoas (que seria equivalente a andar em bando), encontrar um parceiro (instinto da reprodução da espécie), a dança (ritual pré acasalamento, que serve para atrair a fêmea ou vice-versa). Sim, temos a capacidade de pensar, mas não é normal que muitas vezes principalmente o homem, pense com a cabeça de baixo? Eu diria que isso é um instinto.

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  7. Nesses boates estão contidas as drogas, que estas sim, fazem mal ao ser humano, o fazem gastar seu salário, e não progredir racionalmente a fim de constituir uma base familiar sólida.
    A boate vende um produto que é a diversão que realmente existe. A igreja vende algo que não existe, que é a doação em troca da recompensa, em troca do amor de Deus, quando sabemos que aquela doação não está indo para os bolsos de Jesus, e sim para o bolso do pastor e etc... Sendo assim, temos uma propaganda enganosa, uma vez que ninguém tem garantias que Deus irá recompensar o sujeito por ele fazer uma doação a igreja.
    Agora entramos na questão da fé, a pessoa doa porque tem fé. Mas que fé é essa? Que exige de Deus algo em troca? Que faz o “bem” mas cobra ? E aí quando aquele sujeito não alcança o seu objetivo, o que o seu “mentor” diz pra ele? Que ele não tem fé suficiente. Ele fez tudo que lhe pediram e ainda ouve que não tem fé. Assim como muitos se libertam do vício do álcool e das drogas (lembrando que o álcool também é uma droga), muitos se libertam desse vício que é bem parecido com o vício do jogo, onde ao pessoa quer sempre ganhar. Infelizmente uma grande parte não se liberta e comete erros bem parecidos com os erros cometidos por viciados, o de dar mais e mais, em troca de algo que não virá.
    Se as pessoas encarassem a igreja como empresa, elas teriam falido, pois teríamos um produto que não se pode ver, um produto que não se pode sentir, e que não funciona. As pessoas são bem mais exigentes com empresas e produtos. Quando estes não as satisfazem, elas deixam de comprar ou até mesmo processam, mas lembre-se que elas podem ver o produto. Deus elas não pode ver e contra Deus não tem argumento. Porque se você diz que Deus não existe, alguém vai te dizer que existe sim, e quando você disser: então me prova! A pessoa vai dizer que você tem que acreditar pois tem que ter fé, existe pronto e acabou.
    Sobre o conforto, ele funciona? Muitas vezes sim, aqueles que buscam conforto, talvez. Mas lembre-se que hoje é um comércio então as pessoas não buscam mais conforto, buscam uma forma de lucrar porque este conforto pode ser conseguido através de uma oração, através de uma igreja que não cobre nada aos seus féis, mas elas querem o conforto financeiro.
    Você disse que há estudos sobre redução de violência e etc... Eu posso até concordar com isso, posso concordar que pra alguns faz bem, mas uma coisa não anula a outra. Não podemos pagar então dinheiro as milícias, para que nos protejam, simplesmente para livrarem nosso bairro da violência, entende? Então poderíamos ter igrejas que confortassem seus fiéis sem pedir nada em troca, assim como poderíamos ter uma policia que nos protegesse da violência, sem nos cobrar nada em troca.
    Enfim, o assunto é complexo e talvez nunca vamos chegar a um comum acordo, mas ficam as palavras para que outros possam ler e tirar suas conclusões, concordando ou não com tudo que escrevemos.

    Um Grande Abraço!

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