18.3.11

Santta Opinião do Leitor: “O Discurso de Obama”

Olá a todos! Está sendo inaugurada a seção: Santta Opinião do Leitor. Sugerida tal seção pelo meu amigo Márcio Araújo, não podeira começar de outra forma senão com um texto do próprio. Obrigado Márcio pela sua contribuição e sugestão. A minha opinião virá como forma de comentário desta vez e espero que todos que acessam o blog, comentem também. Segue o texto:

“O Discurso de Obama”, ou “A volta dos que não foram”, ou ainda “The Great Pretender”

O Presidente dos EUA, Barack Obama, surpreendeu a todos ao anunciar um discurso a ser realizado na sua visita ao Brasil, a iniciar-se em 19 de março, no mais importante palco político do Rio de Janeiro: a Cinelândia. A meu ver, um golpe de mestre. Nos palanques onde falaram comunistas, estudantes, sindicalistas, feministas, líderes de movimentos de ruptura, falaria o homem que pretende
ser visto como o arauto da mudança mundial no posto mais poderoso da Terra. Um contato direto com os trabalhadores brasileiros para apresentar a si mesmo e as suas intenções.

Not!

O discurso foi cancelado por motivos secretos e o discurso será feito dentro do Theatro Municipal somente para convidados. Mas, ainda assim, Obama é um gênio. Conseguiu criar uma insuperável alegoria de si mesmo e do seu governo. Explico: não se criou, com a sua eleição, uma expectativa em escala mundial por aquele que seria a “Blackbird” de Paul McCartney, e curaria as “broken wings” de uma nação esfacelada internacionalmente pelas guerras de rapina do petróleo e lideraria os esforços pela Paz? No, we can’t! Que McCartney, que nada... Fico com Freddie quando canta “Oh, yes! I’m the great pretender, pretending that i’m doing well”. E, agora, depois de toda a expectativa criada no povo brasileiro por aquele que falaria para as massas, uma decepção. Um governo (ops!), digo, discurso para convidados somente!


Curioso é ler a (agora extemporânea) entrevista de Lázaro Ramos ao G1 onde ele afirma que Obama é um exemplo para os negros. Os negros olharão para o Mr. President da vez e dirão “Yes! We can!”, praticamente afirma. Lázaro não para por aí e exalta até as pimpolhas Obama e a First Lady quando diz: “Não consigo excluir a Michelle e as filhas como um referencial. Eu gostaria de ser aquela família, sabe?”

É. Quem não gostaria de ter uma família que parece ter saído de um daqueles comerciais de café-da-manhã com o delicioso sabor de Kellogs Corn Flakes. O ator brasileiro ainda afirma que pretende filmar o discurso e entregar um DVD a Obama. É, Lázaro... Quem sabe na próxima. Quiçá depois desta “indelicadeza” de Obama você procure outro “referencial” para a população negra. Mas não. Acho que, no final, você consegue um convite para o Theatro Municipal. Yes, you can. Se conseguir, favor postar no You Tube para a gente ver também, já que we can’t.


No final, just a few can. As always.


Márcio Araujo

6 comentários:

  1. O novo astro Pop, Barack Obama, cancelou o seu discurso que seria na cinelândia. Eu achei sensacional tal cancelamento, uma vez que o povo brasileiro lotaria as ruas para ver o discurso de alguém que simplesmente não nos interessa.

    Barack é presidente da “maior potência”? Sim e daí? Ele é negro? Sim e daí? É o novo astro pop? Sim e daí? Quero entender em que tudo isso afeta o nosso dia a dia.

    Com a vinda de Obama, as passagens dos transportes públicos irão baixar? Os hospitais vão virar referência de atendimento mundial? A fome e a miséria serão extintas no Brasil? Vai ter emprego pra todo brasileiro? A resposta todos sabem é NÃO! Até porque apesar do brasileiro ter a ilusão de que o Estados Unidos é um exemplo a ser seguido, estão totalmente enganados.

    Um país, onde os hospitais públicos não funcionam, a discriminação racial é absurda e a taxa de desemprego é altíssima, não podem servir de exemplo. Sim, pasmem, o Estados Unidos não é uma Disneylândia não. Acreditem, o Brasil segue os passos dos Estados Unidos, principalmente os passos que não prestam. É uma pena ver nosso povo iludido com a política americana.

    Mas fiquem tranqüilos, muitos dizem que pode ser assinado um acordo abolindo o visto entre os dois países. Alguns preferem achar que isso será sensacional para os brasileiros, mas eu digo que não, mas será ótimo para os americanos.

    Alguém realmente acha que ao chegar na alfândega americana, entrará nos estados unidos com toda esta facilidade? Sinto informar que o agente terá autonomia para rejeitar sua entrada no país, e conhecendo os americanos, e sabendo que são ótimos em geografia, é bem capaz de um brasileiro ser confundido, com um iraquiano (nada contra os iraquianos) afinal o Iraque e o Brasil são vizinhos, dá mesmo pra confundir. Tudo bem eu exagerei, mas com um Argentino com certeza seremos confundidos rsss...

    Já a extinção do visto para os americanos, será sensacional. Imaginem, eles entrando e saindo do Brasil quando quiserem? Já não fazem isso? Não são eles os donos da Amazônia? Os americanos vão mandar no Brasil! Insisto e já não fazem isso? Só para garantir a segurança do Mr. President, está sendo acatada tudo que a “inteligÊncia americana diz. Enquanto muitos falam de pedofilia, imaginem os americanos principalmente no nordeste, alimentando a exploração sexual infantil? Ué, e eles já não fazem isso?

    Enfim, não to pedindo pra ninguém ter raiva de americano não, só gostaria que o povo brasileiro aprendesse a olhar para si, para os seus problemas, e tentasse resolve-los, já que o governo não resolve nada, ao invés de querer ir pra cinelândia ver discurso barato de alguém que não se preocupa com nenhum brasileiro.

    Quando ele for embora, os impostos vão continuar altos, as vias não asfaltadas, a miséria vai continuar aumentando, o rico vai continuar sendo rico e o pobre vai continuar sendo pobre.

    Então eu acredito que Yes We Can! Mas acredito em um Yes, em um país onde os atores globais não são levados a sérios, onde a imprensa é verdadeira e não corrompida e principalmente, em um país que realmente quer alimentar seu povo com educação, respeito e igualdade. Mas parece que estamos longe de sermos alimentados pelo nosso governo, a não ser com o famoso pão e circo.

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  3. Ótimo texto, Márcio!

    Não tenho pessoalmente nada contra o Obama, e até acho que pode ter sido uma decisão prudente terem levado seu discurso para um lugar fechado por causa do conforto e da tranquilidade, como o Theatro Municipal em vez da Cinelândia, mas que foi um golpe extremamente impopular àqueles que já aguardavam o discurso do "grande libertador", além de uma completa falta de organização divulgarem um evendo deste tipo para depois cancelarem, isso foi. Além desta mudança, a passagem de Obama pela Cidade de Deus também foi reduzida, de forma a ele ter menor exposição e o contato com a população será muito menor.

    Não acho que haveria qualquer atentado contra o "líder do mundo livre" (S/A?), pois, por mais impopular que os EUA sejam para alguns, para a maioria o Obama é visto como um homem do povo, primeiro negro presidente dos EUA, que veio da camada dos trabalhadores pobres estadunidenses e se ergueu por força própria, fruto do seu próprio trabalho. Lembra muito uma figura extrememente popular que tivemos aqui como presidente.

    Porém, mesmo com esta trajetória, e sendo visto como um "libertador" por alguns, "herói" por outros ou até mesmo "o cara", na verdade acho que é tudo fachada (como a família do comercial dos cereais Kellogs) e ele realmente é "The Great Pretender"!

    Abraços,

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  4. Outro assassino do imperio em pele de cordeiro que se diz "libertador da Libia".

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  5. Raphael, vc não entende a estratégia dos EUA nesse caso. Vamos supor que Kadhafi tenha matado 1000 civis inocentes. Os EUA vão matar 3000 de uma vez só, aí o Kadhafi vai olhar e dizer: caralho, esses caras, sim, que são bons! Ele vai ficar com vergonha da sua incompetencia homicida e vai sair.

    Marcio.

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  6. Outro assassino do imperio em pele de cordeiro que se diz "libertador da Libia". (2)

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